JOVEM TEM MORTE CEREBRAL APÓS DAR ENTRADA EM HOSPITAL DE SILVÂNIA-GO
- Jezreel Caixeta
- 13 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Uma jovem de 21 anos, residente em Silvânia-GO, faleceu no último domingo (9) após ser admitida no Hospital Municipal Nosso Senhor do Bonfim com uma crise de ansiedade. Os pais de Vitória Crystina Queiroz dos Santos afirmam que ocorreu um erro médico devido a uma dosagem excessiva de medicamentos. Segundo eles, a estudante foi transferida para a UPA Buritis, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital, já sem vida.

_______ Vitória Crystina Queiroz dos Santos | Foto: Arquivo da família
A mãe da jovem, Raquel Príncipe dos Santos, relatou que, na segunda-feira anterior (3), sua filha estava sofrendo de uma crise de ansiedade e a levou a uma Clínica Psiquiátrica em Anápolis-GO. Raquel explicou que não tinha condições financeiras para permanecer na clínica com a filha, então Vitória recebeu um tratamento com 30 gotas de Clonazepam, um medicamento utilizado para ansiedade e outras condições.
No mesmo dia, procuraram o Hospital Nosso Senhor do Bonfim. "Levamos ela para o hospital e, ao chegar lá, ela foi atendida na sala de emergência. Informei ao médico que ela estava tendo uma crise de ansiedade e que a tínhamos levado a uma clínica", disse Raquel. No hospital, ela afirmou que o médico, Dr. Murillo Dell' Eugenio Costa Filho, administrou 50 mg do medicamento Haldol (Haloperidol), 5 ampolas de Midazolam e Morfina. "Antes de administrar a medicação, eu disse a ele que ela havia tomado clonazepam na clínica", acrescentou.
Segundo a mãe de Vitória, no quarto do hospital, a jovem também recebeu Fentanila, um medicamento analgésico. "Perguntei o que eles estavam colocando no soro e disseram que era Fentanila. Mesmo estando calma e dormindo, o médico mandou administrar. Ele misturou esses medicamentos na minha filha".
Raquel Príncipe, que é farmacêutica, contou que minutos depois, o médico que estava tratando sua filha, ao entrar no quarto, viu que ela estava roxa e informou à mãe que Vitória Crystina teve uma parada respiratória. "Ela foi levada para a sala de emergência com um tubo respiratório, e ele me disse que ela estava bem, que a transferiria".
A jovem foi transferida para a UPA Buritis, em Aparecida de Goiânia, em 3 de julho. "Lá nos informaram que ela não teve uma parada respiratória, mas sim uma parada cardiorrespiratória, que causou um grande dano cerebral", disse Raquel. Em 6 de julho, ela foi transferida para uma UTI do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia - Iris Rezende Machado (HMAP). No domingo (9), foi confirmada a morte cerebral.
A mãe de Vitória informou ao jornal Boletim Goiás que o Dr. Murillo Dell' Eugenio registrou no prontuário da jovem que ela havia tentado suicídio. O documento ao qual o Boletim Goiás teve acesso confirma a informação dada por Raquel. Além de constar a tentativa de suicídio, o prontuário menciona que seu quadro evoluiu devido à ingestão de 60 comprimidos de Clonazepam, 60 comprimidos de Lítio e 30 gotas de Rivotril.
A família afirmou que a jovem não ingeriu essa quantidade de medicamentos mencionados no prontuário pelo médico e que a psicóloga de Vitória, que estava presente, pode testemunhar isso. Raquel também disse que solicitou um exame toxicológico para comprovar. O jornalismo do Boletim Goiás teve acesso a uma receita com todos os medicamentos administrados à jovem, ainda no Hospital Municipal Nosso Senhor do Bonfim, que são os mesmos mencionados pelos pais: 5 ampolas de Midazolam, 1 ampola de Haloperidol, 1 ampola de Fentanila e morfina.
A equipe de jornalismo do Boletim Goiás entrou em contato com os dois municípios onde a jovem recebeu atendimento.
A Prefeitura de Silvânia informou, por meio de nota, que "a jovem foi atendida na emergência do Hospital Municipal Nosso Senhor do Bonfim, uma unidade que faz parte da Rede Pública de Saúde do município, e seu atendimento foi devidamente registrado nos sistemas de informações do Estado de Goiás. Após os primeiros procedimentos e a necessidade de transferência, ela foi encaminhada para uma unidade de saúde no município de Aparecida de Goiânia. Conforme solicitado, a direção do hospital já forneceu todos os documentos relacionados ao atendimento aos familiares. Não havendo outras informações, o município continua garantindo apoio total à família da vítima e trabalhando para oferecer assistência médica de qualidade a seus cidadãos".
A Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que "o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia - Iris Rezende Machado, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e com o sigilo médico assegurado, não fornece informações médicas sem a autorização formal e expressa do paciente ou de seus familiares".
Matéria por Itália Moura / Boletim Goiás

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